segunda-feira, maio 25, 2009

Avé, avé...

Portantos...

Nada como abrir o dia num anfiteatro das Clínicas: uma luta constante da mente sobre o corpo... uma mente que quer dormir, um corpo que sonha com assentos almofadados.
Feitas as primeiras apresentações, e porque as nossas caras de tédio e sono terão sido confundidas com o ar confuso de quem se interroga onde decorreriam as aulas, eis que se segue uma procissão a lado nenhum. Muito útil de facto ser levado às consultas externas do serviço; quem diria que estariam no preciso local que as numerosas placas com indicações referenciavam?? Mas o ponto alto terá sido provavelmente o acumular de 30 pessoas num lance de escadas. Percebi que existe algo no piso 4 de interesse ginecológico, pela forma como a secretária (vulgo "guia turística on the making") gesticulou, mas não sei exactamente o quê dado que estava demasiado ocupado a desviar-me de senhoras carregadas de tubos de ensaio e de todo um conjunto de pessoas que ignorando o verdadeiro potencial de "sala de reuniões" que umas escadas podem ter procuravam subi-las ou descê-las, como se elas servissem para isso.

É claro que nada faria prever o que se seguiria. Após uma breve corrida aos cacifos e de volta aos nossos robustos lugares no Clínicas, julgávamos nós estar atrasados para a sessão de Adormecimento seguinte. À chegada apercebemo-nos que o Sr Adormecedor ainda estava na fase de "conversa da Treta" típica de quem espera que a audiência acabe de encher, e que tipicamente não leva mais de 5 minutos... Tal não aconteceu! O que se seguiu foi a hora e meia mais dolorosa dos meus últimos meses, dada a minha intolerância patológica a discursos vagos de "afectos", "educação", "ligação médico-doente", "se alguém nos conta algo devemos ouvir, porque essa pessoa nos escolheu", "não leiam só nos livros, leiam na vida", os conselhos da Madre Teresa, entre muuuitos outros exemplos de "como engonhar indefinidamente sem dizer nada, enquanto se passam slides com palavras disconexas".

Palavra do Adormecedor. Graças a D... diagnóstico.

Dou por finda esta "verborreia" (para quem não sabia o que era, foi isto).


Frase do dia: "The time to stop talking is when the other person nods his head affirmatively but says nothing." by Henry S. Haskins